O mundo está enfrentando uma crise devido a pandemia do Covid-19, que está afetando vários setores da sociedade inclusive o setor energético. Neste campo, a mudança de hábitos como a diminuição do uso de carros e o Home Office por exemplo, acabou por desacelerar o mercado internacional, afetando principalmente as indústrias de combustíveis fósseis, enquanto que o mercado de trabalho para as energias renováveis será de mais visibilidade devido a redução no custo, lucratividade e atingindo os níveis mais altos de produção e distribuição, tendo duas fontes em destaque: a eólica e a solar.
A redução de custos na produção energética proveniente de fontes renováveis é uma oportunidade para a recuperação econômica do mercado após a pandemia dando prioridade às energias “limpas”, aproximando o mundo ao alcance dos objetivos do Acordo de Paris. Acordo esse realizado na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima), em Paris, onde foi adotado um novo acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças.
Redução do custo das energias renováveis
De acordo com o relatório “Tendências Globais no Investimento em Energia Renovável 2020”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o custo da instalação de energia renovável está menor, o que significa que investimentos futuros resultarão em resultados melhores.
Com a queda dos custos de implantação das energias renováveis, os governos poderiam colocá-las no centro da recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia do Covid-19, sendo um grande passo rumo a um mundo natural saudável. Estas fontes energéticas têm a vantagem de não gerar grandes impactos negativos ao meio ambiente, sendo utilizada na compensação de emissões de CO2, com combustíveis utilizados sendo gratuitos, como o sol e o vento.
Mercado energético
Na última década, as energias renováveis têm se destacado no mercado de geração de energia elétrica comparado com combustíveis fósseis. A produção de energia eólica, solar, de biomassa, resíduos, geotérmica e pequenas hidrelétricas teve um aumento de 78% dos novos GWs gerados em 2019.
Com a pandemia do Corona Vírus, está ocorrendo a transição energética entre combustíveis fósseis e fontes renováveis, que por sinal está fluindo bem, aumentando a capacidade de energias renováveis. No entanto, essa melhora não ocorreu no setor de combustíveis fósseis que foi duramente atingido pela crise do Covid-19, resultando na queda nos preços do petróleo em muitos países e no aumento da demanda por eletricidade movida a carvão e gás.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), os países que estão em isolamento social integral estão sofrendo uma redução de 25% na demanda de energia, esse declínio energético é superior quando comparado com países cujo distanciamento social é parcial com queda de aproximadamente de 18% no consumo energético. O efeito positivo neste declínio está nas projeções que indicam uma diminuição de 8% nas emissões globais de CO2.
No período pós pandemia a promoção de energias renováveis pode ser um mecanismo poderoso para a recuperação da economia, com a criação de novos empregos e seguros, amenizando a crise. E com o estímulo do uso das energias renováveis, ocorre uma melhora na qualidade do ar, o que também protege a saúde pública. Ao promovê-las no âmbito dos pacotes de estímulo econômico pós-coronavírus, temos a oportunidade de investir na prosperidade, na saúde e na proteção do clima.
Em resumo, está presente as incertezas sobre a transição energética, que são muitas e dependem também de como irão se transformar os padrões de produção, circulação e consumo na economia de mercado de trabalho com o fim da pandemia. Mas, nesse cenário, reforça-se a importância da defesa da segurança energética nacional, a centralidade das energias limpas nos planos de recuperação e estímulo econômico dos países.
Para saber mais sobre o mercado de trabalho pós pandemia para engenharia veja o artigo O mercado de trabalho da engenharia pós pandemia.